Seis abutres-preto foram reintegrados à natureza no Parque do Douro

Seis abutres-preto foram reintegrados à natureza no Parque do Douro

“Esses seis urubus pretos (Aegypius monachus), agora retornados à natureza, entraram no centro de aclimatação no Douro Internacional em março, localizado no município de Freixo de Espada à Cinta, onde permaneceriam até o final de outubro. Devido aos danos causados pelo incêndio de agosto, foram transferidos para o Centro de Interpretação Ambiental (CIARA) em Baixo Sabor para continuar sua adaptação ao habitat natural”, explicou o biólogo Iván Gutierez.

Segundo esse especialista em avifauna, os seis urubus pretos na estação de aclimatação do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) foram resgatados e reabilitados em vários centros de recuperação pelo país após serem encontrados enfraquecidos e desnutridos em seus ambientes naturais em diferentes zonas dos distritos de Évora, Lisboa, Porto, Santarém, Beja e Faro.

O incêndio no Douro Internacional ocorreu em 15 de agosto em Poiares, no município de Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, e se espalhou rapidamente para os municípios vizinhos de Torre de Moncorvo e Mogadouro, deixando um rastro de destruição em pastagens e culturas como oliveiras, amendoeiras, vinhedos, laranjais, florestas, colmeias, equipamentos agrícolas e ambientais.

Segundo os técnicos da Palombar, parceiro do programa LIFE Aegypius Return, quatro machos e duas fêmeas de urubus pretos retornaram à plena liberdade em um território afetado pelo incêndio, que também causou a morte de pelo menos dois filhotes dessa espécie, destruiu seis ninhos e infraestruturas de conservação, incluindo a própria estação de aclimatação.

“Esse grave incidente ambiental justificou a remoção temporária desses urubus pretos da estrutura e o desenvolvimento de um plano de emergência para retomar os esforços de conservação dessa espécie ameaçada”, afirmou o biólogo.

No dia 21 de agosto, o presidente da Palombar, José Pereira, declarou à Lusa que o incêndio na área do Douro Internacional teve um impacto ambiental significativo na colônia de urubus pretos que está se consolidando nessa área protegida.

Naquela época, os danos foram estimados em cerca de 30.000 euros, e uma campanha de arrecadação de fundos foi lançada para minimizar esse impacto negativo na avifauna ameaçada da área protegida do Douro Internacional.

O urubu preto é uma das aves de rapina mais raras da Europa, e a pequena colônia no PNDI tinha apenas oito casais reprodutores antes do incêndio, sendo que dois destes tiveram seus ninhos completamente destruídos e outros dois severamente afetados pelas chamas.

O projeto ibérico LIFE Aegypius Return visa, a longo prazo, garantir o status de conservação favorável do urubu preto em Portugal, consolidando, expandindo e acelerando a recolonização natural, melhorando a disponibilidade de habitat e alimento, e mitigando ameaças.

Dados provisórios do relatório nacional do Sistema de Gestão da Informação sobre Incêndios Florestais (SIGF) obtidos pela Lusa à época indicavam que, até 24 de agosto, 11.697 hectares haviam sido queimados no incêndio que destruiu uma grande área de flora no PNDI.

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