Ministro da Saúde recusa sair após óbito de gestante: “De jeito nenhum, não deixarei o cargo” – PPulse

Ministro da Saúde recusa sair após óbito de gestante: "De jeito nenhum, não deixarei o cargo" - PPulse

A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou durante seu discurso no Parlamento na sexta-feira que o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) vai “muito além de uma simples manobra” para se tornar “popular” ao “novamente aumentar o orçamento da Saúde.” No entanto, ela reconheceu que continuar a aumentar o orçamento da Saúde todos os anos não será viável e pediu uma gestão mais eficiente.

“Todos sabem que o orçamento da Saúde não pode crescer indefinidamente,” declarou, acrescentando: “Vocês, membros do Parlamento, como representantes do povo, devem ter a coragem de aceitar isso. Podemos prometer a eternidade, mas isso não será possível.”

Martins também emitiu um alerta: “Consideramos profundamente as opções que este orçamento apresenta, e ele incorpora realismo e uma profunda crença de que a saúde dos portugueses é um dos valores mais importantes, senão o mais importante, numa sociedade.”

“Não é suficiente batermos no peito e dizer que precisamos de mais dinheiro. A questão não é ter mais dinheiro, mas ter dinheiro para o que é necessário e criar um sistema de saúde mais justo e eficiente que não dependa de códigos postais e das condições de saúde dos indivíduos. É um caminho longo e difícil que nos recusamos a abandonar,” afirmou.

“Caminho de pedras”

Ela desafiou os partidos da oposição para um acordo sobre o Serviço Nacional de Saúde, reconhecendo que será um “caminho de pedras” e que o governo “fará a sua parte”. “O desafio está lançado para os partidos da oposição chegarem a um entendimento connosco sobre o SNS que queremos, podemos ter, e como devemos fortalecer as relações com outros setores, tornando-os parceiros e não concorrentes,” disse.

Martins afirmou que “irão levar tempo” para “devolver o SNS aos portugueses,” especialmente “não cedendo a interesses enraizados, modelos de pensamento único, ou qualquer corporação.”

Acabar com as Parcerias Público-Privadas “foi uma escolha incorreta” que deve ser revertida. “Isto é uma maratona. Requer clareza no caminho a seguir, resiliência, persistência, coragem, envolvimento de profissionais, atores políticos e, acima de tudo, cidadãos,” acrescentou.

Aumento de nascimentos fora de hospitais: “Alguns nem falam português”

A ministra explicou o aumento de nascimentos fora de ambientes hospitalares pelo crescimento de gravidezes não monitoradas, noting that “entre 2022 e 2025, nasceram 169 crianças em 2022, 173 em 2023, 189 em 2024 e 154 em 2025 em ambulâncias, vias públicas, cuidados primários e em casa.”

“A maioria são mulheres grávidas que nunca receberam cuidados pré-natais, não têm um médico de família, são recém-chegadas a Portugal, com gravidezes avançadas, e algumas nem falam português ou estavam preparadas para pedir ajuda. Às vezes, nem sequer têm telefone,” descreveu Ana Paula Martins.

“Não, eu não vou me demitir”

Quando questionada pela deputada do Chega, Marta Silva, sobre a morte de uma mulher grávida nas primeiras horas de sexta-feira na Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra e lembrada de que Marta Temido se demitiu após um caso semelhante, a ministra respondeu: “Não, eu não vou me demitir.”

“É impossível não recordar que, diante de um caso semelhante, a então Ministra da Saúde, Marta Temido, se demitiu. Naquela época, o PSD foi o primeiro a exigir responsabilidade política imediata. Onde está essa exigência, essa coerência? Vocês irão ou não assumir responsabilidade política por essas mortes?” disse Marta Silva.

Uma mulher grávida de nacionalidade estrangeira faleceu durante a noite, um dia depois de visitar o Hospital Amadora-Sintra e ser enviada para casa. A mulher estava com 38 semanas de gestação e havia sido aconselhada a realizar um parto antecipado devido à hipertensão.

[Atualizado às 17:56]

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