O PSD apontou esta sexta-feira a falta de efetivos na Polícia de Segurança Pública em Leiria como resultado da gestão do governo socialista, acusando o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes (PS), de agir com oportunismo.
“Os problemas relacionados com a escassez de efetivos da PSP em Leiria são consequência de anos de governação socialista, caracterizados por sucessivos cortes, abandono das forças de segurança e total desresponsabilização do Estado”, afirmaram em um comunicado os deputados social-democratas eleitos por Leiria, incluindo Sofia Carreira, que é candidata ao município, e o presidente distrital do PSD.
Gonçalo Lopes expressou no Facebook que a falta de efetivos na PSP “atingiu um ponto insustentável” e qualificou como inaceitável o fechamento das esquadras de Leiria e Marrazes durante o fim de semana.
“Algo está seriamente errado. Primeiro, foram as urgências hospitalares. Agora, a segurança pública. O Estado deve assumir sua responsabilidade: garantir saúde e segurança à população”, acrescentou o autarca, que busca reeleição nas eleições autárquicas de 12 de outubro, em uma de suas postagens.
O presidente da câmara, que também lidera a federação distrital do PS, informou ainda ter enviado uma mensagem ao secretário de Estado da Administração Interna expressando sua “profunda indignação”.
“A Câmara tem contribuído com recursos para apoiar as forças de segurança, mas não podemos permanecer em silêncio diante deste esvaziamento”, destacou, lembrando que “em 2010, a PSP contava com 100 efetivos a mais do que hoje” e que “o concelho de Leiria está em crescimento, mas os recursos da PSP diminuem”.
O autarca reconheceu o esforço e a dedicação dos agentes que ainda estão em serviço, que fazem muito com pouco, mas isso não é suficiente.
“Para piorar, o processo de aprovação da Polícia Municipal de Leiria continua a se arrastar. Este atraso é injustificável e impacta diretamente a vida dos leirienses”, enfatizou.
No comunicado divulgado nesta sexta-feira, os sociais-democratas argumentaram que foi o PS que, “durante quase uma década no poder, deixou deteriorar os recursos humanos e materiais da PSP”, ignorando os alertas de sindicatos, autarcas e comunidades, fragilizando assim a segurança pública em Leiria e em todo o país.
“Diante dessa realidade, causa estranheza —e até indignação — ver Gonçalo Lopes, presidente de um município governado pelo PS nos últimos 16 anos e membro de um partido que esteve no poder por todos esses anos, tentar agora livrar-se de responsabilidades e culpar o governo atual que assumiu o cargo há pouco mais de um ano”, acusaram, apontando o autarca como sendo “responsável por uma manobra de pura opportunismo político”, que demonstra mais interesse em criar alarmismo do que em contribuir para soluções efetivas.
O documento listou as iniciativas do Governo voltadas para as forças de segurança, como os concursos para a admissão de novos elementos na PSP e Guarda Nacional Republicana, que “irão aumentar os efetivos no distrito de Leiria”, além do plano de modernização de equipamentos e infraestrutura, a valorização das carreiras e a abertura de um posto da PSP no Hospital de Santo André, em Leiria.
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