“Em resposta às informações publicadas, enviamos uma mensagem de calma. A Red Eléctrica nunca falou de risco de apagão, nem iminente nem generalizado,” afirmou a empresa em um post na rede social X.
A Red Eléctrica (REE) acrescentou que recentemente observou “flutuações de tensão que devem ser evitadas, mas que não representaram risco para o fornecimento, pois estavam dentro dos limites permitidos.”
“Portanto, como operador do sistema, agimos como sempre, propondo nos últimos dias as medidas que consideramos necessárias para fortalecer a robustez do sistema elétrico,” enfatizou a empresa, explicando que “o objetivo dessas medidas específicas é reduzir essas dinâmicas que começaram a aparecer devido à evolução que o sistema está experimentando.”
Na tarde de quarta-feira, a Red Eléctrica informou à Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) que detectou “flutuações súbitas de tensão” nas últimas duas semanas e chamou a atenção do regulador para aprovar medidas que melhorassem a segurança de fornecimento.
Em um documento enviado à CNMC, a empresa solicitou que as mudanças propostas fossem submetidas à consulta pública antes da aprovação final, alertando que as flutuações registradas “poderiam causar desconexões de consumo e produção que, em última análise, desestabilizariam o sistema elétrico.”
Após o apagão de 28 de abril em Portugal e na Espanha, o operador do sistema destacou que as tensões observadas na última quinzena ocorrem “dentro dos limites estabelecidos.”
A empresa ligou essas variações a mudanças súbitas nos horários de produção, particularmente na geração de energia renovável, bem como ao tempo de resposta das plantas responsáveis pelo controle dinâmico de tensão.
Embora estivessem “dentro” dos parâmetros definidos, essas flutuações “poderiam impactar a segurança do fornecimento se as mudanças propostas não forem implementadas,” razão pela qual a Red Eléctrica solicitou a aprovação urgente, “temporária e excepcional,” de vários procedimentos de operação do sistema.
As mudanças propostas envolvem implicações para os processos de programação, restrições técnicas, regulação secundária e controle de tensão.
O operador propôs modificar as restrições técnicas do sistema para reduzir o desequilíbrio energético em tempo real.
Com essa mudança, visa exigir que grupos de produção programada reservem toda a sua capacidade para oferta nos mercados de equilíbrio, impedindo que as instalações reduzam a potência reservada nos mercados intradiários.
O plano também inclui medidas de controle e ajustes no processo de validação da conformidade com o serviço de controle de tensão.
As mudanças propostas estarão sujeitas a consulta pública até 15 de outubro e serão efetivas por um período consecutivo de 30 dias, prorrogável, a pedido do operador, por períodos adicionais de até 15 dias.