Carlos Moedas retoma vitória na Câmara: 11 pontos de um triunfo cidadão em Lisboa, com reveses à esquerda e novidades nos resultados

Desfile por este caminho solitário (em um carrinho de bebê)

Carlos Moedas foi reeleito presidente da Câmara de Lisboa após uma longa noite de votação. Depois de uma campanha marcada por incertezas, ele alcançou uma vitória significativa, com um número considerável de votos a mais em relação ao seu cargo anterior. Nenhuma tragédia, incluindo o incidente do Elevador da Glória, nem a presença do Chega na vereação, interferiram em seu sucesso. Apesar da vitória, Moedas ainda não possui a maioria no executivo.

A coligação de esquerda liderada por Alexandra Leitão não conseguiu desalojar a coligação de direita, que inclui a IL e o CDS, sendo que a votação na CDU e em João Ferreira também contribui para esse resultado.

“Os lisboetas decidiram continuar connosco”, declarou Carlos Moedas em seu discurso de vitória, onde pediu cooperação e responsabilidade da oposição, enfatizando a prioridade dos interesses de Lisboa.

Alexandra Leitão reconheceu a derrota e anunciou que assumirá seu lugar na vereação da Câmara Municipal de Lisboa, comprometendo-se a uma oposição “construtiva e propositiva”.

Eis 11 factos destas eleições:

1 – A reeleição de Carlos Moedas foi uma vitória abrangente em toda a cidade de Lisboa, com um aumento de votos que não se limitou à soma dos votos da Iniciativa Liberal, que agora se uniu à coligação com o PSD e o CDS. A coligação Por ti, Lisboa obteve vantagens nas votações para a Câmara em várias freguesias, como Arroios, Carnide, Santa Clara, Campo de Ourique e Campolide.

2 – Moedas recebeu 27.423 votos a mais do que em 2021 – superando as expectativas da coligação liberal, que previa 93.400 votos. Em contrapartida, Alexandra Leitão, à frente da coligação de esquerda sem a CDU, teve um acréscimo de 9.399 votos, embora tenha obtido menos do que os 101.978 votos de sua coligação nas últimas eleições, evidenciando uma erosão do voto da esquerda.

3 – A coligação de esquerda perdeu votos em áreas chave que tradicionalmente apoiam o PS, como Benfica, Campolide, Ajuda, Alcântara, Santa Clara, Marvila e Parque das Nações.

4 – A votação em João Ferreira poderia ter levado à vitória da coligação de esquerda, mas não ocorreu. Embora Ferreira tenha conseguido 1.249 votos a mais, sua percentagem caiu (de 10,51% para 10,09%), resultando na perda de um cargo na vereação para o Chega por apenas 11 votos.

5 – As diferenças de votação entre Juntas e Câmara demonstram que os eleitores estão esclarecidos e optam por candidaturas conhecidas, evitando confusões entre partidos e pessoas. Essa é a política da proximidade em sua essência. A CDU em Carnide mostrou resistência ao manter a vitória, apesar da saída do anterior presidente da Junta. Em Arroios, a derrota de Madalena Natividade surpreendeu, considerando a vitória de João Jaime, um candidato novo e sem filiação.

6 – Se podemos traçar um perfil da vitória de Carlos Moedas, ele é visto como um presidente popular, especialmente nas regiões mais… populares da cidade. Isso pode ter inibido a crescente presença do Chega em tais áreas. Moedas mais que dobrou seu número de votantes em Marvila, teve um crescimento considerável em Santa Clara, Ajuda e Lumiar, além de Campolide. Nas áreas centrais, também registrou algumas subidas, embora mais moderadas.

7 – O Chega experimentou um crescimento significativo, mais que duplicando sua votação para a CML, passando de 10.713 votos em 2021 para 26.780. No entanto, permaneceu distante dos 45.740 votos obtidos nas legislativas. Embora não tenha conquistado nenhuma Junta de Freguesia, ficou em segundo lugar em Marvila, onde Moedas venceu os votos para a Câmara, enquanto a Junta continua a ser comandada pelo PS. O Chega teve seus maiores crescimentos em regiões como Marvila e Olivais.

8 – O Chega ampliou sua influência em níveis micro locais. Em várias Assembleias de Freguesia, conquistou assentos, como em Benfica e Campolide, aumentando o número de representantes em Santa Clara e Penha de França. No total, sua representação passou de 11 para 37 mandatos, o que, embora não seja altamente visível, representa um avanço significativo na vida local que pode resultar em maior crescimento a nível nacional.

9 – Apenas um detalhe: nas Juntas, o PCP reduziu sua representação de 47 para 38 lugares.

10 – Houve um aumento de 22.517 eleitores em Lisboa, o que indica um maior envolvimento democrático e explica o aumento de votos para o Chega, sem que isso implicasse a perda de votos do PSD.

11 – Outro fato interessante é a redução dos votos em branco, com uma diminuição de 8.287. Isso pode sugerir um aumento nas escolhas feitas pelos eleitores, levando mais pessoas a votar em vez de deixarem o boletim em branco.

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