Marcelo discursa hoje na ONU. Relembre as falas anteriores. – PPulsar

Marcelo discursa hoje na ONU. Relembre os discursos anteriores. - PPulse

O Presidente de Portugal tem defendido consistentemente o multilateralismo e expressado apoio às prioridades de António Guterres à frente das Nações Unidas, uma organização fundada em 1945, com Portugal a aderir em 1955.

A representação de Portugal no debate geral anual entre chefes de estado e de governo dos 193 estados membros da ONU alterna entre o Presidente e o Primeiro-Ministro.

Marcelo Rebelo de Sousa proferiu discursos nas sessões da Assembleia Geral em 2016, 2018, 2019, 2021 e 2023, e retorna hoje para seu último discurso neste palco, menos de seis meses antes do fim de seu segundo mandato presidencial.

Abaixo está um resumo de seus cinco discursos anteriores na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque:

2016

Em setembro de 2016, o Presidente português concentrou-se na candidatura de António Guterres ao cargo de Secretário-Geral da ONU, proposta por Portugal. Guterres, um ex-Primeiro-Ministro português, foi eleito para o cargo menos de um mês depois, assumindo o cargo em 1º de janeiro de 2017, e reeleito em 2021 para um segundo mandato que termina em 2026.

Em seu discurso inaugural na 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa expressou que o novo Secretário-Geral deveria ser “um unificador de mentes e vontades”, comparando o papel ao de Mahatma Gandhi e Nelson Mandela.

O chefe de estado português também pediu uma solução para o conflito israelo-palestiniano que estabelecesse um Estado soberano da Palestina e aprimorasse as capacidades preventivas da ONU.

Naquela época, Barack Obama estava concluindo seu segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos. A delegação de Marcelo Rebelo de Sousa em Nova Iorque incluía o ex-Presidente Jorge Sampaio.

2018

Dois anos depois, na 73ª sessão da Assembleia Geral da ONU, com Donald Trump na Casa Branca, Marcelo Rebelo de Sousa alinhou-se às prioridades de António Guterres como Secretário-Geral, criticando o Presidente dos EUA, que havia rejeitado “a ideologia do globalismo” em favor “da doutrina do patriotismo” na abertura do debate geral.

Em seu discurso, o Presidente declarou que Portugal não muda “com tendências e figuras passageiras” e rejeita a “falta de visão política” do unilateralismo, que, advertiu, poderia “repetir os erros de há cem anos.”

Na sessão de 2018, ele também pediu a todos os 193 estados membros da ONU que se comprometessem a reformar a organização, começando pelo seu Conselho de Segurança, e a alcançar um consenso sobre a moratória na pena de morte, destacando que a CPLP continua seu objetivo de ter o português como língua oficial da ONU.

Revisitando a questão israelo-palestiniana, afirmou que o “senso comum” convidava a “um retorno credível ao processo de negociação” entre Israel e Palestina, “levando a uma solução viável de dois estados.”

2019

Em 2019, Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou o apoio de Portugal às prioridades de António Guterres e a uma reforma da ONU que incluísse a reestruturação do Conselho de Segurança com representação da África, Brasil e Índia.

Durante seu discurso na 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU, defendendo o multilateralismo, o Presidente português alertou sobre a necessidade de “aprender com a história e suas lições”, relembrando a falha da Liga das Nações, que não impediu a Segunda Guerra Mundial.

“Apenas aqueles que não conhecem a história e, portanto, não se preocupam em repetir erros do passado, minimizam ou trivializam o papel das Nações Unidas,” argumentou.

“Nós, patriotas, sabemos que precisamos de mais, não menos, Nações Unidas,” acrescentou, após ouvir o Presidente dos EUA, Donald Trump, dizer na abertura deste debate geral que “o futuro não pertence aos globalistas, mas sim aos patriotas.”

2021

Em 2021, pela primeira vez na Assembleia Geral, Marcelo Rebelo de Sousa abordou a candidatura de Portugal a um assento não permanente no Conselho de Segurança da ONU para 2027-2028 — uma candidatura anunciada em 2013 pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas — pedindo a confiança dos estados membros da organização.

<p“Não mudaremos princípios. E manteremos o mesmo rumo se nos concederem sua confiança para um mandato no Conselho de Segurança, em cinco anos,” declarou.

No seu quarto discurso nesses debates anuais, o chefe de estado reafirmou o apoio de Portugal à reforma da ONU e à reforma do seu Conselho de Segurança, para que ele reflita o século XXI, acrescentando que “isso também requer meios financeiros adicionais.”

Na 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU, durante o mandato de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, e no contexto da pandemia de COVID-19, ele novamente condenou o isolacionismo, o populismo e a xenofobia, apelando por “um multilateralismo eficaz” e defendendo as vacinas como um bem público.

2023

Em setembro de 2023, durante seu primeiro discurso na ONU desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro do ano anterior, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a luta do povo ucraniano é inseparável da demanda por respeito à Carta da ONU.

Na 78ª sessão da Assembleia Geral, o chefe de estado declarou que respeitar a Carta da ONU implica “respeitar a integridade territorial, a soberania dos estados e os direitos humanos”, sem o que “a paz não é possível.”

<p“Essa é a luta do povo ucraniano, assim como é em outras partes do mundo — no Saara, em muitas partes da África, no Médio e Próximo Oriente, na Ásia,” acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou e enfatizou que Portugal apoia António Guterres “não importa o quê” em suas prioridades e pediu que as promessas sejam traduzidas em ações na reforma da ONU, afirmando: “Ano após ano, prometemos. É hora de agir.”

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

axLisboa.pt
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.