A Feira do Livro do Porto teve início nesta sexta-feira, com diversos vendedores expressando “expectativas altas” após observar os stands movimentados nas horas iniciais do evento deste ano.
O calor que se fez sentir no início da tarde levou muitos visitantes a procurar refúgio nas áreas sombreadas dos jardins do Palácio de Cristal, onde aproveitaram para folhear os livros recém-adquiridos. Contudo, a Avenida das Tílias permaneceu repleta de leitores explorando as dezenas de stands da feira.
Arnaldo Vila Pouca, responsável pela livraria e editora Flâneur, confirmou à Lusa que o clima não afastou os visitantes, que “geralmente têm grandes expectativas para o primeiro dia” da Feira do Livro do Porto, a qual, segundo ele, “tem vindo a melhorar ao longo dos anos”.
“Para um primeiro dia, e com o início da tarde ainda a decorrer, tudo está espetacular. Estamos recebendo muitas pessoas e já registramos várias vendas”, acrescentou, referindo-se a esta edição que homenageia o escritor e cantor Sérgio Godinho.
Num stand próximo da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, um turista ficou desapontado ao perguntar sobre a tradução de um livro para inglês. A Livraria Poetria estava exposta com várias traduções de poesia portuguesa, mas a demanda pelo título em questão não foi atendida.
Francisco Reis, cercado por clientes portugueses, além de turistas que frequentam a cidade durante os meses de verão, compartilhou que havia filas para entrar no recinto da Feira do Livro, que abriu suas portas às 12h00 nesta sexta-feira.
“Esta é, de fato, uma época única em que em duas semanas as vendas superam todos os limites. Havia fila na entrada, o pavilhão está cheio. Portanto, sim, estamos muito satisfeitos. Até aqui, tudo está ótimo. O clima está a nosso favor”, relatou.
Mais ao fundo da avenida, entre os visitantes, no stand da Poets and Dragons Society, alguém dominava a atenção de um grupo de crianças enquanto lia um livro gesticulando com entusiasmo.
Sandra Sousa, do externato infantil O Petiz, na área de Miguel Bombarda, declarou à Lusa apoiar que “as crianças tenham contato com livros desde cedo” e que possam se beneficiar da proximidade com um evento “educativo”.
Por conta de algumas conexões com a editora, conseguiram organizar uma “Hora do Conto”: “Consideramos que é interessante trazê-los a um local repleto de livros para que tenham mais contato do que no cotidiano em casa. Além disso, isso pode incentivar os pais a acompanhá-los e comprarem um livro”, disse.
No corredor dedicado às livrarias de livros usados, Margarida Carvalho veio “dar uma mão” ao irmão, dono da 1870 Livros, uma vez que esta é sempre uma “feira muito movimentada”, e este primeiro dia tem demonstrado essa reputação.
Já há cerca de dez anos participam da Feira do Livro do Porto e admitem que este é um “momento muito importante do ano para vendas”.
Na alfarrabista Térmita, cinco amigos e editores independentes se uniram para participar este ano. João Pedro relatou que as primeiras horas foram marcadas pela curiosidade dos visitantes, acreditando que essa é uma oportunidade para que os editores divulguem seus trabalhos, algo que, em outras situações, não teriam “tanta visibilidade”.
A Feira do Livro do Porto, que se estende até 7 de setembro, está aberta das 12h00 às 22h00 nesta sexta-feira, das 11h00 às 22h00 aos sábados e das 11h00 às 21h00 aos domingos. De segunda a quinta-feira, o horário é das 12h00 às 21h00.
A programação deste ano é marcada pela exposição “O Meu Sérgio”, pela mostra “Os Amigos do Gaspar”, além de vários concertos, lançamentos de novos livros e ciclos de conversas.